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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Johnny Depp: o mágico e misterioso homem


Não é nenhuma surpresa que Johnny Depp está estrelando um fantástico filme chamado ''O mundo Imaginário do Dr. Parnassus'', que estréia no Japão hoje.

John Christopher Depp II, o eterno ator juvenil - que surpreendentemente tem 46 anos - é conhecido por escolher excêntricos, e frequentemente extravagantes ou ousados, papéis e projetos (pense nele em A Fantástica Fábrica de Chocolate, em que seu Willy Wonka está a anos luz da versão anterior e mais séria de Gene Walder).
Mas nosso Johnny não interpretou o imortal de 1000 anos de idade, Dr. Parnassus, o papel que foi do canadense Christopher Plummer. Ao invés disso, ele co-estrelou com Colin Farrell e Jude Law, com o trio compartilhando o papel de Tony, um dos empregados de Parnassus. Por quê? Porque Tony foi originalmente retratado pelo australiano Heath Ledger, que faleceu - em janeiro de 2008 - com apenas um terço das filmagens prontas. A sua morte encerrou a produção do filme até o diretor e co-roteirista, Terry Gilliam (ex-membro de Monty Python de 68 anos) contactou, ou foi contactado por Depp e dois outros atores. Há diferentes versões do que aconteceu depois da morte de Ledger.
''Foi horrível, tempos horríveis. Foi difícil de acreditar... confuso. Mas todos esses problemas salvaram o trabalho que Heath havia feito.'' disse Depp. ''Todos o admiravam. Heath foi um ator que todos do ramo gostavam. Ele estava pulando de um triunfo para outro e ele era alguém para se observar''.
O trabalho de Legder esteve prestes a ser descartado. Os produtores do filme queriam substituí-lo inteiramente e refilmar suas cenas usando outro ator. Mas a imaginação de Gilliam decidiu que desde que o filme fosse uma fantasia, Tony poderia ser retratado em mais de uma aparência. Assim, Ledger interpretou Tony no mundo real enquanto Depp foi o primeiro a interpretar sua primeira transformação, e Law e Farrell as outras duas.
O filme é descrito como ''uma companhia de teatro itinerante que dava à platéia mais do que o esperado.'' Em O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, o ambicioso doutor fez um acordo com o diabo para ganhar a imortalidade e para surpreender a platéia, com membros de seu teatro, viajando através de um espelho mágico para explorar sua imaginação.
De acordo com Depp: ''Terry disse que ele usou muita coisa de seu próprio passado e de sua própria imaginação no filme. Como todo diretor faz. O que ele realmente é, pois seus filmes refletem um pessoal gosto e estilo e Terry costuma escrever ele mesmo ou ter uma mão no roteiro.''
Gilliam foi o membro americano de Monty Python, e Depp tendo declarou suas esperanças que ''pessoas de todas as idades'' gostarão deste filme, incluindo seus filhos.
''Eu não deixo meus filhos assistirem a tudo que faço'' afirma Depp. ''Algumas coisas são inapropriadas para eles ainda. Eles são muito jovens. Eu tenho problemas suficientes com a televisão, o que não é a melhor influencia, de qualquer maneira.''
Com a cantora francesa Vanessa Paradis - os dois há muito tempo são um casal, mas não são legalmente casados e moram na França - Depp é pai de Lily-Rose, 10 anos e Jack, de 7. O que Depp acha que interessa seus filhos em ''Imaginário''?
''Oh, muitas coisas'' disse ele. ''O visual, obviamente. Alguns personagens. Cenários - algumas das cores e fundos são incríveis. A forma que as coisas acontecem. Quero dizer, de um 'jeito Alice no País das Maravilhas' que é interminável e cativante para crianças e adultos mais felizes. ''
''Acho que adultos que se sentem confortáveis com eles mesmos, mais contentes com sua vida, podem deixar sua imaginação vagar. Eles também podem apreciar mais a vívida imaginação dos outros, como de um artista como Terry Gilliam. Acho que adultos mais tensos, inseguros, com uma imagem rígida, não aproveitam ou entendem um trabalho do tipo de Terry.''
Falando sobre filmes que não deixa seus filhos assistirem, Johnny inclui Sweeney Todd de 2008, pelo qual ele recebeu sua terceira indicação ao Oscar (as duas primeiras foram com Em Busca da Terra do Nunca e Piratas do Caribe). Outro filme 'tabu' é O Libertino, um conto de época sobre a devassidão inglesa, que Johnny interpreta um moralmente ambicioso personagem chamado Rochester, em 2004.
Claramente, o astro não se preocupa em manter uma particular ou rígida imagem. ''Não, eu não quero pensar que existe um 'papel Johnny Depp'. O que isso significaria? Tende a significar que trabalhei por meu caminho até uma esquina, e fiquei lá. ''
''Há anos atrás, muitas pessoas a minha volta disseram-me para não fazer Ed Wood'' relembrou ele. ''Um deles, um cara, presumindo que estava me aconselhando, disse que mataria minha carreira se interpretasse um transexual. Eu disse a ele que Ed Wood não era transexual. Ele só gostava de usar artigo de roupas femininas e tinha uma paixão por angorá, que em sua cultura era reservado para mulheres. Ele pegava roupas emprestadas com sua namorada, de sua esposa, e por estarem em 1950, a pobre mulher em questão ficou muito consternada. Especialmente porque ele ficava muito bem naquelas roupas. ''
''Tenho orgulho de ter feito Ed Wood. Personalidade fascinante e uma pessoa real. Não foi um grande sucesso, mas nunca presumi que seria. Algumas das coisas que faço, hoje em dia ainda, eu não espero que sejam um grande sucesso. ''
E quando o agradável Depp faz um personagem que não é agradável e faz coisas ruins em um ambiente ruim, como o gangster de seu recente lançamento Inimigo Públicos?
Ele faz uma pausa antes de responder: ''Eu não quero parecer que não ligo para o que o público pensa, que sou indiferente. Mas penso que quem vai assistir um filme porque estou nele espera alguma coisa possivelmente muito diferente. Não sou uma marca, sou mais uma variedade. E com Inimigos Públicos, sim corremos um pouco de risco.''
''O que me surpreendeu foram algumas críticas que disseram que eu aceitei o papel para tentar sair dos 'papéis jovens', por causa da minha idade, como tenho quase 50. Bla, bla, bla. Mas o fato é que não considero minha idade nos meus papéis. Eu não tenho um plano referente a idade. Eu não tento aparentar uma certa idade ou permanecer em uma. Só tento me visualizar no papel me dado. ''
''Em Sweeney Todd eles me deram uma aparência mais velha. Eu tinha um pouco de branco em meu cabelo. Mas tinha a ver com um assassino, às vezes melancólico, assim pareci mais velho.''
Depp surpreendeu grande parte da audiência ao cantar, fazendo com que muitos em Hollywood previssem que ele receberia um Oscar. Ele tinha esperança de ganhar esse cobiçado prêmio?
''Eu não espero de uma maneira ativa. Rezar é uma forma de esperança, algo que você diz ou deseja, em sua mente. Não, eu apenas penso que você acumula indicações suficientes e eventualmente ganha um prêmio e isso é formidável. Eu não tenho planos de tentar outra indicação ou prêmio. Quando acontecer, se acontecer, será maravilhoso. Fim da história.''
Sobre a época turbulenta em que viveu nos anos 90, Depp conclui: ''O tempo te traz de volta a Terra, sem dúvida. Assim como um relacionamento duradouro. Então, com certeza, a paternidade também. E continuar em uma carreira e continuar a construir uma reputação e conhecer novos desafios. ''
''Em algum ponto depois dos 30, e normalmente antes dos 40, você percebe que há certos comportamentos que apenas prejudicam, e portanto, prejudicam aqueles com quem se importa. Você apenas tem que crescer, ter mais responsabilidade e levar sua vida e a vida dos outros a sério. Mas sem sacrificar sua imaginação ou seu senso de dúvida e do ousado. Não com loucos e estúpidos desafios, mas correndo riscos que valem a pena. De preferência em seu trabalho.''

Agradeço ao site johnnydepp.com.br pelo texto e pela foto.

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