O correspondente da TV Globo em Londres, Marcos Losekann, conversou com o site do Fantástico sobre a entrevista que ele fez com o ator Johnny Depp e o diretor Tim Burton, que selam mais uma parceria com o filme “Alice no País das Maravilhas”, uma adaptação do clássico de Lewis Carrow. O filme só estreia no Brasil em abril, mas Losekann deu uma prévia do que o público vai ver nos cinemas. “Acho que os monstros são um tanto assustadores demais. Eu não sei se continua sendo um ‘ingênuo’ filme para criancinhas”, conta.
Fantástico: Você viu o filme? Gostou? Versão 3D ou tradicional?
Marcos Losekann: Assisti ao filme na versão em 3D. Foi uma sessão exclusiva para jornalistas na véspera das entrevistas com o ator Johnny Depp e com o diretor Tim Burton, juntamente com as três principais atrizes: Mia Wasikowska (Alice), Helena Bonham Carter (Rainha má, Vermelha) e Anne Hathaway (Rainha boa, Branca). Gostei muito dos efeitos, do visual em si, tanto por serem muito criativos, quanto pelo resultado do efeito 3D, que incrementa muito o filme. Achei que a história ficou mais, digamos, adulta, ou seja, interessa mais a adultos. Com isso, certamente, o filme vai agradar espectadores de todas as idades. E não é pra menos, pois essa é uma espécie de “Alice do Futuro”, ou seja, ela volta, já adulta (com 19 anos) ao País das Maravilhas para, novamente, ser a heroína dos personagens que habitam aquele lugar. Ficou bem interessante. Só acho que os monstros são um tanto assustadores demais. Eu não sei se continua sendo um “ingênuo” filme para criancinhas. Aqui na Inglaterra a classificação é livre, mas tenho minhas dúvidas se levaria minha filha de 3 anos pra ver essa versão de Alice. Acho que alguns efeitos poderiam assustá-la.
Como foi a entrevista com Depp e Burton?
Foi minha primeira entrevista com Burton, mas a segunda com Depp (em 2007 eu o entrevistei por conta do lançamento de “Piratas do Caribe 3”). Burton é um maluco, falando muito, tomando conta da entrevista e falando coisas engraçadas, brincando o tempo todo. É um gênio, não só no trabalho que faz, mas nas entrevistas que dá. E é uma simpatia. Já o Johnny Depp, talvez porque eu já o conhecia, vi como alguém, de certa forma, “próximo”. Fui logo chegando e dizendo “E aí, como vai?”, e ele respondendo com entusiasmo, pois lembrou, de fato, de mim na hora. Eu tinha comigo a foto que tiramos em 2007 e, no fim da entrevista, mostrei a ele, que fez questão de autografá-la. Depp escreveu: “Thanks again” (obrigado novamente). Um cara fora de série, que nem parece ser famoso como é.
Qual foi sua impressão deles?
Sai muito bem impressionado com os dois, especialmente com o Tim Burton que eu ainda não conhecia. O diretor de “Alice no País das Maravilhas” está fechando o sétimo filme com Johnny Depp, portanto é uma parceria de longa data que começou já com um sucesso, o “Edward Mãos de Tesoura”. Eles interagem muito bem, como diretor e ator e como amigos que são e mostram essa química na entrevista. Duas grandes figuras, apaixonantes.
O que mais impressionou você no filme?
A atuação do Johnny Depp é o que mais me impressionou, pois ele consegue fazer aquilo tão bem (ele interpreta o Chapeleiro Maluco) que você nem lembra mais que aquele sujeito caricato é o ator Johnny Depp. E, falando em caricatura, o grande lance é que o Johnny Depp representa um personagem que originalmente é caricato sem que ele, Depp, seja caricato. É uma atuação impressionante. Quem vê o Depp em filmes “normais” e quem o vê em filmes como o “Piratas” ou o “Edward”, sabe do que to falando. Johnny Depp consegue ser único em cada atuação. Agora, nesse filme eu confesso que achava que encontraria no Chapeleiro Maluco alguma coisa ou do capitão Jack Sparrow ou do Edward, e para minha surpresa (e da platéia como um todo), lá estava um Chapeleiro Maluco autêntico, interpretado por um “outro” Johnny Depp. Isso é impressionante.
O que o público pode esperar de “Alice”, na sua opinião?
Um filme com um tema infantil, já conhecido e, de certa forma, batido, porém renovado por um roteiro adulto, fruto da mente genial do Tim Burton. Além, é claro, de ser uma história que, embora previsível, apresenta imensas surpresas. Eu não tenho dúvida de que será um sucesso. Quem assistir me dará razão.
Agradeço a johnnydepp.com.br pelo texto.
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